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28 de julho de 2015

BREVE HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA NUM BOTECO ALEMÃO



Em uma reunião entre amigos, num fim de semana, num boteco de características germânicas, pois estamos, agora, em Blumenau, tudo regado a boa caipirinha com Steinhaeger e cerveja artesanal, o que não podiam faltar eram os petiscos à base das famosas salsichas Bratwurst  e muito bom papo-furado.
Conversa vai, conversa vem, me perguntaram se a língua alemã veio também do latim. Eu disse que não, tem outras origens, mas o latim, num determinado período da história do ocidente, se defrontou com a língua dos bárbaros germânicos. Pronto! Foi o que faltava para chover colocações, as mais estapafúrdias possíveis sobre a história de nossa língua portuguesa e seu penoso caminho até às margens do rio Itajaí-Açu, que banha esta bonita cidade catarinense, fundada pelo filósofo e farmacêutico alemão Hermann Bruno Otto Blumenau, que por estas bandas chegou, em 2 de setembro de 1850.
Então, atendendo a pedidos e contando com a paciência dos amigos, disse-lhes que o português é uma língua neolatina, ao contrário do alemão, que pertence ao grupo germânico-holandês, ramo ocidental das línguas germânicas. Mas ambas pertencem  também à família das línguas indo-europeias.
O português, portanto, é uma língua neolatina ou novilatina, porque se originou do latim, ao contrário do alemão que se prende às línguas germânicas do mesmo ramo indo-europeu do qual o latim também faz parte.  
O latim era falado no Lácio, região situada próxima à desembocadura do rio Tibre, na Península Itálica. Com o tempo, os romanos ou latinos passaram a dominar não apenas toda a Península Itálica, mas também a chamada Península Ibérica, atualmente constituída por Portugal e Espanha. As populações vencidas e romanizadas, aos poucos, deixaram de falar os seus dialetos, aceitando a língua dos conquistadores, por ter essa maior expressão cultural.
Até aqui todos acordados e a cerveja corria frouxa...
Vários povos habitavam a Península Ibérica antes da chegada dos romanos, no século III antes de Cristo, por ocasião das Guerras Púnicas.
Aí tive de fazer um parêntese, para dizer que esta guerra se travou entre Roma e Cartago, no norte da África e que o púnico era um dialeto falado pelos cartagineses.
Meu amigo Caldeira bateu palmas e disse que eu estava absolutamente certo, mas falou isso já com um sotaque meio alemãozado...
Continuando, disse que entre os povos que habitavam a Península Ibérica, os mais importantes eram os celtas e os iberos, que formavam a civilização celtibérica. Mas esses povos, aos poucos, foram também, abandonando os dialetos que falavam, recorrendo ao latim – o chamado latim vulgar - , língua implantada na Península Ibérica pelos romanos, povo de civilização superior.
Mais palmas... Mais cerveja!
No século V depois de Cristo, os bárbaros, povos germânicos, invadiram a Península Ibérica, sobretudo os visigodos, mas não conseguiram impor os dialetos que falavam às populações militarmente vencidas, por serem de civilização inferior à dos romanos. Os romanos foram vencidos em armas, mas mantiveram sua língua. E também seus hábitos, crenças, costumes e sistemas políticos de governo.
Nessa altura do campeonato, tive de parar para sorver uma Eisenbahn geladíssima. Wunderbar!
No século VIII, foram os árabes que invadiram a Península Ibérica, mas igualmente não conseguiram impor a língua que falavam aos habitantes da península, pois o latim e o árabe são idiomas de famílias linguísticas diversas, tornando-se difícil qualquer interpenetração entre eles. De qualquer forma, o latim vulgar, falado até então, na Península Ibérica, recebeu vários empréstimos linguísticos dos dialetos germânicos e do árabe, sobretudo e quase todos, empréstimos vocabulares. A rigor, mesmo, no século VIII, na Península Ibérica, já não se falava propriamente o latim vulgar, mas sim o chamado ROMANÇO ou ROMANCE, língua intermediária entre o latim vulgar e uma língua neolatina futura.
Aí é que a turma explodiu, levantando os copos e exclamando: Gesundheit ! Gesundheit ! Gesundheit !
E foi do ronanço falado na parte ocidental da Península Ibérica que surgiu o português, inicialmente ligado ao galego, língua falada na Galiza, hoje província espanhola, mas de clamores separatistas...
Algumas palmas, mas com pouco entusiasmo, pois o Chopp estava fazendo efeito...
Era o chamado galaico-português, e nesse idioma surgiram as primeiras manifestações literárias do povo que nos deu origem: as cantigas trovadorescas da Idade Média.
Como se sabe, a nacionalidade portuguesa foi fundada no século XII, por Afonso Henriques, época dos primeiros documentos literários escritos em português. Do século XII ao XV, tem-se a fase do português arcaico.
Bem, o último da turma que ainda estava acordado, puxou um ronco firme e eu tive de pagar a conta...

ATÉ A PRÓXIMA


26 de julho de 2015

BREVÍSSIMA INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO DE MASSA






            O século XX viu e o século XXI está vendo, hoje e a cada dia que passa, uma vertiginosa aceleração tecnológica em todos os ramos da atividade humana. A revolução fabril, ocorrida na sociedade do século XIX, com a presença da máquina no dia-a-dia do operário, foi decisiva para a alteração do comportamento do mercado consumidor, colocando à disposição de todos uma produção de bens materiais, avidamente consumidos pelas classes abastadas, da mesma forma que os bens culturais, como todos os tipos de espetáculos. Tudo isso passou a fazer parte de uma demanda cada vez mais intensa por parte de uma elite emergente e pela massa (democratização do consumo) atingida por novas formas de ofertas.
            Surgiu, então, uma sociedade diferente, centrada na indústria, responsável pelo nascimento de grupos consumidores, dispersos, heterogêneos, dotados de novos valores, participantes de novas instituições, consumindo todo tipo de mensagens, passando a conviver com os subprodutos desta aceleração científico-tecnológica.
        Aquela então nova sociedade tecnológica e industrial do século XX e agora no século XXI muito mais avançada (vide a internet), mais distante ainda da oralidade participativa do pequeno espaço da comunicação interpessoal, desde a invenção de Gutemberg (destribalização) até o advento da eletricidade (retribalização), coloca-se em oposição frontal à antiga sociedade dos séculos passados que estava, basicamente, centrada na tradição oral e, posteriormente, escrita, muito mais dependente, portanto, dos recursos elementares naturais, para transmissão e disseminação do conhecimento (tribalização). Cf. Destribalização, retribalização e tribalização são designações de Marshall McLuhan, em seu livro A Galáxia de Gutemberg, que sintetizam os três estágios por que passou a humanidade, sob o ponto de vista da comunicação.
            Antes de todo este impacto tecnológico e industrial, a antiga sociedade caracterizava-se pelo pronto estabelecimento do diálogo, pela constante retroalimentação da fonte emissora (feed-back) e pela co-participação Emissor/Receptor, no processo comunicacional.
            A sociedade tecnológica e industrial, com suas operações basicamente técnicas, com uma produção em mão única, direcionada ao receptor, dirigindo-se, portanto, a um receptor massivo, identificado como massa, anônimo, por isso mesmo, heterogêneo e idealizado (= audiência) constrói um emissor diferente, uma organização grupal, fabril, industrial, portanto. Lá, a retroalimentação só será possível por uma técnica de avaliação, responsável pela medição da audiência.  
            A comunicação de massa é fruto dessa nova sociedade e cumpre seus propósitos de elaboração e distribuição (comunicação) dos bens de consumo e dos serviços culturais e sociais, através de mensagens em série, padronizadas, múltiplas, infindáveis, instantâneas e muito especializadas, para receptores sem rosto, mas capazes de decodificá-las, por terem-se tornado, também, especialistas. Essas mensagens passam a ser divulgadas (difusão) por toda espécie de meios mecânicos e eletrônicos.
            Não foi sem esta visão que Marshall McLuhan, no seio de sua controvertida obra sobre o incrível mundo novo da sociedade tecnológica e industrial, que nos envolve hoje, proclamou: "The medium is the message". Aquele teórico da comunicação via qualquer meio, fossem mecânicos ou eletrônicos - instrumentos decisivos da comunicação de massa -  confundir-se com a própria mensagem, pois sem os meios jamais haveria mensagem, pelo menos como quer e atua esta nova sociedade tecnológica e industrial. Assim, o mesmo conteúdo transmitido por quaisquer diferentes meios apresentará efeitos sociais múltiplos. Cf. Artigo de Gabriel Cohn, "O meio é a mensagem: análise de McLuhan", in Comunicação e indústria cultural, S. Paulo, Cia. Ed. Nacional, 4. Ed, 1978, p. 363 3 segs.
            Portanto, comunicação de massa será a produção e a distribuição de mensagens culturais pelos meios mecânicos e eletrônicos a um numeroso público heterogêneo, anônimo, disperso, à distância e idealizado. Trabalha com códigos redundantes, automatizados, isto é, de fácil, plena e total decodificação, pois pertencem ao repertório coletivo do público-alvo (repertório do emissor é igual ou semelhante ao repertório do receptor).  
            Os objetivos da comunicação de massa são a persuasão, a atuação social, a mudança de comportamentos, promovendo a venda, a informação, a formação, a prestação de serviços sociais e a diversão, sob a ótica ideológica do poder dominante.
            Desta forma, à comunicação de massa passam a ter acesso todos os produtos da Indústria Tecnológica. Isto ocorre com vertiginosa ação aceleradora, ficando estabelecida uma forma bem definida de coesão social.
            Por tudo isso, dentro da comunicação de massa, o elemento do processo da comunicação que mais alteração sofrerá em sua formatação, tanto material quanto intelectual, será a mensagem.
            Há inúmeras formas e tipos de mensagens. Mas importa significativamente, para entendermos os textos que lemos nos livros e os que lemos nas mais diversas formas de comunicação midiática, o conceito de mensagem cultural, objeto da Comunicação de Massa.
            Antonio Pasquali, especialista em comunicação de massa da Universidade Central da Venezuela diz que é “o ordenamento de formas de saber e padrões de conduta em uma estrutura sintática (linguagem), ao alcance da capacidade e da habilidade receptiva da massa consumidora (audiência)”.  
            Luiz Beltrão e Newton Quirino tecem considerações sobre essa definição de Pasquali, alertando finalmente para a matéria-prima da mensagem, afirmando que "a busca e a transformação dessa matéria-prima (ideia, fato ou situação) em mensagem de difusão coletiva constituem a razão de ser da comunicação de massa e de seus agentes: autores, editores, jornalistas, publicitários, distribuidores, showmen, pesquisadores, técnicos".
            Assim, temos uma breve introdução sobre este assunto importante e, ao mesmo tempo, muito intensamente, que sempre surge em artigos, palestra, conferências e mesmo em sala de aula, pois a comunicação costura quase todas as ciências, basicamente as de cunho social.
            
ATÉ A PRÓXIMA

19 de julho de 2015

UM PALIMPSESTO MODERNO







Muitos dos meus amigos professores que trabalhavam no Ensino Médio Oficial do Estado do Rio de Janeiro e em colégios particulares já não mais estão entre nós. Muita saudade! Mas, também, muita admiração pelo trabalho abnegado desses meus colegas de profissão, que com denodo e sabedoria largavam o couro no elevado tablado das salas de aula, com baixíssimas remunerações. Mas compensava o sacrifício. É verdade, sempre foi assim, mas a minha geração sacudiu o ensino Médio das décadas de 70 e 80.
E como se produzia! Estávamos constantemente nos aperfeiçoando em seminários, congressos, simpósios nas universidades públicas, como a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade da UFRJ e a do Estado do Rio de Janeiro, a UERJ, ali, colada ao Maracanã, erguida na antiga Favela do Esqueleto. Não havia, ou melhor, os Cursos de Especialização, Mestrado e Doutorado eram incipientes, engatinhavam ou não tinham saído do papel. O máximo, mesmo, eram os Congressos de Língua e Literatura, tanto os da UFRJ como os da UERJ. Estive presente em muitos, lá na Avenida Chile, na Faculdade de Letras da UFRJ e na UERJ, no 11º andar, no Instituto de Letras.
A grande deficiência dos alunos, nas aulas de Português, estava na interpretação dos textos. Creio que ainda hoje muita gente não entende ainda o que lê. Mas a culpa sempre caía sobre os professores. Lembro-me muito bem de três amigos professores, ou professores amigos – e aqui a dialética machadiana é importantíssima, pois desaparece a dicotomia  – que se batiam incessantemente contra a falta de compreensão dos alunos para com os textos que eram lidos em sala de aula e que constavam das provas finais de cada ano. Um horror!
Então, Antônio Jesus da Silva, José Ricardo da Silva Rosa e Roberto Augusto Soares Leite resolveram atacar o problema de frente e de verdade. Nunca, em suas aulas, deixavam de desenvolver os conteúdos programáticos, sem um texto da literatura brasileira, bem conhecido de todos, para motivar e testar o entendimento do que se lia e do que, gramaticalmente, se desenvolvia e se explanava. Muitas vezes traziam mimeografadas as letras das músicas de maior sucesso, tocadas no rádio e aplaudida pela juventude nos programas de televisão. Suas aulas foram se transformando e eles conseguiram, em pouco tempo, laçar, pela Companhia Editora Nacional, de São Paulo, uma coleção memorável, que muitos alunos daquela época usaram nas aulas. Muitos professores, no início de suas carreiras, adotaram os três volumes do “Português Interpretação” de Jesus, Ricardo e Roberto. Pois é! Tive até um poema de meu livro, Morro Que Morre, trabalhado no Segundo Volume: Escola de Samba. Eu sabia que muitas gerações pelo Brasil a fora estudara a língua pátria nesses livros sensacionais de meus amigos, mas hoje me emocionei, quando neste sábado ensolarado de inverno, petiscando no Mercado Municipal de Itajaí, Santa Catarina, vi, estendido num sebo ao ar livre, placidamente irradiando um enclausurado  conhecimento de linguística textual, aquele livro amarelecido, um dos três volumes do famoso e inesquecível “Português Interpretação”. Comprei-o.
Folheando-o, antes do Texto Nº 1, Cena Carioca, de Carlos Drummond de Andrade, na página 6, percebi nomes apagados e, sobre eles, ainda, possivelmente,  de quem o usou pela última vez: Suely Cruz e Maria Eunice Nonato. Talvez, duas jovens estudantes ginasianas, que escreveram seus nomes nas páginas mágicas de um livrinho tão incrível como os palimpsestos históricos, que continuam até os dias atuais irradiando conhecimento e emoção. 

ATÉ A PRÓXIMA



11 de julho de 2015

O básico em Tecnologia Educacional






O surto desenvolvimentista que assola o Brasil é indiscutível. Como nação, não mais emergente, mas próspera e em pleno progresso científico e tecnológico, em todas as áreas do conhecimento humano, nosso país precisa urgentemente voltar todo o seu potencial criativo para a Educação. Precisamos dela para sermos uma nação desenvolvida, rica e com um povo sadio, instruído e feliz. Precisamos de um Projeto Educacional consistente, não de remendos do tipo que esse atual governo despreparado nesse setor (e em muitos outros, também) às vezes apresenta sem nenhuma repercussão. 
Todos os esforços destinados à minimização dos óbices educacionais, para serem realidade, dependem da confiança que cada um brasileiro deverá ter em si mesmo e naqueles, que, por força de ofício, são responsáveis por uma filosofia de vida comunitária, direcionada para a plena formação dos jovens brasileiros. Estes agentes da educação são os professores e a grande instituição sistemática da prática desse desenvolvimento é a Escola.  Parece que a Escola está falida. São muitos os sintomas que mostram a precariedade do psicossocial! Mas o professor também não tem onde se amparar. Está despreparado, preocupado e desempregado. Sua profissão hoje é considerada de alta periculosidade. O mestre afasta-se da Escola. Por quê? A nosso juízo por muitos fatores. Citaremos apenas, alguns.  
Ocorre, há muitos anos, uma profunda defasagem entre o que a nossa Escola oferece e o que o aluno dela espera. Vejam que nós todos já estamos mais do que familiarizados com a máquina, com a Internet, com o Rádio, com o Cinema, com a Televisão. Mas como essas conquistas tecnológicas atingiram a Escola? A Escola foi, praticamente, a última instituição social a ser atingida, muito sutilmente, pela tecnologia dos séculos XX e XXI. O seu discurso não é mais ouvido como transformador e sim, muitas vezes, como fútil consumidor de recursos. A Escola não está mais preparando o aluno para a vida. Existem algumas exceções que deveriam ser multiplicadas. Para elas nossos aplausos. A defasagem que existe entre aquilo que a Escola oferece e o que o aluno dela espera, pensamos nós, que é de duas ordens. A primeira é a falha do professor, o agente da educação, que, quase sempre, desconhece o porquê daquilo que vai ensinar, se é que também conhece plenamente o que vai ensinar. O interesse do aluno está voltado, evidentemente, para os fatos de sua época, e, há necessidade de explicá-los, para que, imediatamente, surja uma comunicação clara, direta e precisa entre ele e o professor. Ambos têm de falar a mesma linguagem, sem os descompassos provocados por choques de gerações. Falhará o professor de qualquer nível que não assimilar e propagar a filosofia de vida e as diretrizes normativas de um Plano Nacional de Educação, que, talvez não exista! A segunda ordem dessa defasagem está nos meios utilizados para a transmissão da mensagem docente. No que diz respeito aos meios desta transmissão, a Escola Brasileira, de todos os níveis, acha-se fora do compasso do desenvolvimento tecnológico e científico, que podem auxiliar, sobremaneira, o processo ensino-aprendizagem. Sem falar que o professor é sempre um meio presencial, quando poderia se desdobrar em vários meios. Por exemplo, levando suas experiências para a sala de aula. Experiências materializadas em realizações de pesquisas empíricas. Mostrá-las e discuti-las, forçando o surgimento de novas outras, provocadas por seu desempenho ao motivar a turma com tais amostragens, possíveis de serem realizadas por eles, também. O giz, o quadro-negro e o apagador alfabetizaram a maioria dos brasileiros que hoje estão em postos de comando e tomam decisões importantíssimas para o desenvolvimento do Brasil. A comunicação professor-aluno poderia ser executada por métodos e meios mais modernos, como a televisão e o rádio, incidindo sobre quase todos os sentidos. Os alunos observam, sem comprar, ou por falta de informação, ou por falta de recursos, revistas ilustradíssimas nas bancas de jornal. Há muito mais tecnologias ao redor do aluno fora da Escola do que lá dentro, no exíguo período de tempo em que assiste a aulas insuportáveis... Mas a atuação do professor, no sentido de uma comunicação ativa e dinâmica com o aluno, pode suprir, em parte, estas deficiências que proporcionam esta defasagem. Suprirá por suas qualidades intrínsecas, desde que esteja conscientemente imbuído dessas atribuições de educador e orientador, elaborando heuristicamente suas aulas, como exige uma Escola moderna. Surge, agora, outro problema a equacionar: a Atuação Docente. Considera-se a Atuação Docente, propriamente dita, só aquela alicerçada no tripé: formação específica, condições de trabalho e remuneração adequada.
A formação específica é-nos dada pelas Faculdades das diversas Universidades, reconhecidas pelo Ministério da Educação e em Cursos de especialização, mestrado e doutorado. Mas para lá vão, também, todas estas defasagens das Escolas de Nível Fundamental e Médio, como num círculo vicioso completo.
As condições de trabalho fazem parte de um complexo político-educacional ou de uma filosofia empresarial.
O terceiro sustentáculo do tripé da Ação Docente é a remuneração adequada, elemento vital à concretização da ação educativa, pois é o que traz a tranquilidade indispensável ao professor, que se torna a mola mestra, o botão de partida de toda essa complicadíssima máquina que impulsiona o progresso do mundo. É sempre oportuno lembrar que vivemos num país cujo modo de produção é o capitalismo. Esse terceiro sustentáculo poderá ser conseguido pela correta aplicação dos dois anteriores, fato que colocará o professor, que assim proceder, com condições reivindicatórias para tanto. 
Assim, Atuação Docente e Desenvolvimento Tecnológico são elementos indispensáveis a uma política educacional endógena, para alavancar o ensino nacional, o que o Brasil, infelizmente, não tem.

ATÉ A PRÓXIMA
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Quem sou eu

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Balneário Camboriú, Sul/Santa Catarina, Brazil
Sou professor adjunto aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Sou formado em Letras Clássicas pela UERJ. Pertenço à Academia Brasileira de Filologia (ABRAFIL), Cadeira Nº 28.