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28 de fevereiro de 2013

UMA SANTA BOBAGEM


Os senhores responsáveis Pela Fundação Cultural de Balneário Camboriú e pela escolha do material literário a ser apresentado aos leitores desse município, nessa próxima sexta-feira, dia 1º de março de 2013, na Biblioteca Pública Municipal, Machado de Assis, deveriam ter mais cuidado na apreciação dessas obras lançadas, sob a chancela dessa entidade pública.
Creio que os responsáveis pelo lançamento do livro de Isaque de Borba Corrêa, São Tomé, a história do apóstolo de Jesus no continente americano, a ser lançado nesta sexta-feira, não leram nem uma linha ou página dessa obra (?) , pois a mesma, além de apresentar erros gravíssimos (ortografia, regência, concordância e colocação - para pouco citar - ) no emprego da Língua Portuguesa, desde a INTRODUÇÃO, não sustenta uma narrativa coerente e, quando a faz, a mesma se apresenta muito mal redigida e fundamentada. Se esta obra tinha o propósito de ser uma documentação histórica (?), leva, isso sim, o leitor incauto a aceitar uma ficção de péssima qualidade, como algo verdadeiro, pois o que é lenda se apresenta como verdade histórica. Uma bisonha BIBLIOGRAFIA  encerra o livro, sem citar os principais autores sérios que trataram desse assunto, como Sérgio Buarque de Holanda, em Visão do Paraíso: os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil, São Paulo, Civilização Brasileira, 1959. Foi a sua tese  de Livre Docência, para exercer a Cátedra de História da disciplina Civilização Brasileira, na Universidade de São Paulo, hoje USP. Todo o livro de Isaque de Borba Corrêa peca por um estilo insosso e de péssimo gosto, além de apresentar uma linguagem desprovida de  arroubos literários... Não se encontra nenhuma hipótese histórica, consubstanciada em métodos estruturalistas, nem compilações ou interpretações de textos, estabelecidos à luz da ecdótica, sobre o tema, o que poderia amenizar, de alguma forma, sua insipiente investigação (ou incipiente investigação, como queiram). Um desserviço à cultura e um acinte à inteligência do leitor. Jamais uma Fundação Cultural poderia acolher a apresentação pública de uma obra que envergonha a literatura de nosso Município.

ATÉ A PRÓXIMA

4 de fevereiro de 2013

A PÁTRIA DOS CARIOCAS



Campeonato carioca era o do meu tempo de criança e adolescente. Eu sempre soube que só é carioca quem nasce na cidade do Rio de Janeiro. Por extensão, qualquer evento nesta cidade maravilhosa é um evento carioca. Então, Campeonato Carioca de Futebol era aquele dos tempos de antanho. Os times? Sim, lembro-me bem de todos. Aliás, havia, sim, uma única exceção. O Canto do Rio de Niterói, que só conseguiu ser campeão do Torneio Início, disputado no Maracanã, num ano perdido, lá na minha saudade de menino. E eu assisti a esse fenômeno! Estava na arquibancada, comendo cachorro-quente, chupando Chica-Bom e tomando Café Pucará... Na Tijuca havia o América Futebol Clube, carinhosamente chamado de Mequinha, ali na Rua Campo Sales, onde meu pai se reunia com os outros abnegados e entusiasmados conselheiros. Na Zona Sul havia os times do Flamengo, do Botafogo, e o meu Fluminense tricolor, um timaço da Rua das Laranjeiras,   muitas vezes campeão, bicampeão e tricampeão, desde os tempos de Robertinho, Gualter e Haroldo, Pascoal, Telesca e Bigode, Pedro Amorim, Ademir, Simões, Orlando e Rodrigues... No bairro da antiga nobreza dos Orléans e Bragança, podíamos torcer, assistindo aos jogos do São Cristóvão de Futebol e Regata, o São Cri-Cri, com seu uniforme branquinho, branquinho...Uma beleza! Ali, onde a cidade começa a se afastar, levando um pesado trânsito de caminhões e ônibus para fora de seus limites, fica o Estádio do Vasco da Gama, à sombra de sua famosa colina, detentor do maior estádio da cidade, na Rua São Januário. O subúrbio da Leopoldina, caminho de uma estrada de ferro de respeito, torcia pelo Bonsucesso, ou pelo Olaria da Rua Bariri. Na outra linha férrea, o subúrbio da Central do Brasil, na Rua Conselheiro Galvão, está o tricolor suburbano Madureira, que sempre foi celeiro de excelentes jogadores. Lá, bem longe, onde se plantava de tudo, num capo enorme, ao pé do maciço da Pedra Branca, o Campo Grande arrebatava emoções e dominava os corações de seus moradores. Era o simpático Campusca, um dos representantes da Zona Oeste da cidade. Mas, alguns poucos quilômetros antes, os trabalhadores da empresa têxtil inglesa, Companhia Progresso Industrial do Brasil, já tinham se organizado e fundado o Bangu Atlético Clube, que nos anos 40 e 50 se destacou na Liga com seus mulatinhos rosados. Quase ia me esquecendo que a Ilha do Governador também se fazia representar no verdadeiro campeonato carioca de futebol, com a Associação Atlética Portuguesa, a Portuguesa Carioca, que jogava em seu enorme campo dos ventos uivantes... Então, foram esses treze clubes, doze, genuinamente cariocas, que tornaram possível o surgimento daquele glamour tão festejado e cantado em prosa e verso pelos jornalistas esportivos de hoje, que, talvez, nem percebem que o sucesso desse campeonato está lá atrás, nos tempos românticos do velho e violento esporte bretão. Mas, se esse passado não for resgatado, de alguma forma, com a volta desses times envolvidos em competições sucessivas (e como, não cabe aqui e agora comentar), em pouco tempo não sobrará nada para justificar essa formidável qualificação do mais maravilhoso e único campeonato de futebol, já realizado em uma única cidade brasileira: a Cidade Maravilhosa de São Sebastião do Rio de Janeiro, pátria dos cariocas.

ATÉ BREVE
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Balneário Camboriú, Sul/Santa Catarina, Brazil
Sou professor adjunto aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Sou formado em Letras Clássicas pela UERJ. Pertenço à Academia Brasileira de Filologia (ABRAFIL), Cadeira Nº 28.