Quantos me visitaram ?

26 de maio de 2008

UMA FOTO EM GRAMADO

Mais uma vez cheguei a Gramado, desta vez para curtir o feriadão de Corpus Christi. Como sempre faço, fiquei lá no SESC da Av. das Hortênsias, onde já fiz muitos amigos e sempre me recebem bem, com aquela recepção gaúcha regada a chimarrão, cuia, bomba e calça de punho, chê! É verdade, o pessoal do hotel do Sesc da linda e simpática cidade da Serra Gaúcha é muito competente, amável e sabe como poucos receber o turista. Mas minha ida àquelas bandas do sul estava relacionada também à vontade que tinha de registrar com minha câmara, que acabara de comprar, as imagens do outono, materializadas nos reflexos de luz e cores das folhas dos plátamos e dos pinheiros ao longo das estradas principais, dos caminhos dos vales, das estradas vicinais, das pequenas vilas do interior e das Linhas, que são caminhos abertos desde os tempos da colonização alemã. A noite de lua cheia, logo no primeiro dia de minha chegada arredondava o céu de Gramado, num tom aveludado de fazer arrepiar todos os corações românticos. Mas quando estava preparado para a primeira incursão noturna, o meu amigo Natalino, responsável pelos melhores coquetéis de toda a rede hoteleira da região, me disse que estava com um baita problema para resolver e, naquela hora, não via outra solução a não ser me pedir o favor de ir com ele rebocar o seu "cheiroso”, enguiçado numa rua de Canela, à mercê dos amigos do alheio. Não podia deixar de atender o pedido dele e saímos em direção ao velho e batalhador Santana dos idos de muito antigamente. A rua escura, na penumbra do luar de um artro tão encantador e ansiosa para despertar todas as mais escondidas emoções dobradas nos corações dos casais que visitavam a cidade, logo, logo se apresentou como o cenário ideal para algumas fotos de efeito. Antes dos preparos para o reboque do valente Volkswagen, saí escolhendo os melhores contrates entre sombras em meia-luz, entre a maciez do azul escuro da noite na branda e perfumada claridade, infiltrada nos galhos das araucárias e rapidamente preparei a máquina com os filtros próprios. Regulei o diafragma, acertei o foco, interpretei a distância exata entre o fundo, a forma e o grande vulto leitoso, arredondado, que surgia entre as árvores da floresta que se dividia pela passagem de uma ruela e pronto. Cliquei o obturador na certeza de estar imprimindo uma obra-prima, com direito a todos os prêmios fotográficos a serem divulgados no ano em curso... Estava tudo perfeito e fotograficamente correto. Quando cheguei a casa no domingo, ao revelar um dos filmes, muito tempo depois, é claro, de ter deixado o veículo de estimação de meu amigo em total segurança numa garagem, depois de muita coisa ter acontecido; de ter recebido os agradecimentos do Natalino por aquele "galho quebrado" num fim de noite; de ter tomado um "cabernet sauvignon" com ele e o Osório num barzinho no centro de Canela, percebi que havia na película acetinada a imagem de um casal que se amava escancaradamente na escuridão daquela enfeitiçada noite de lua cheia, indiferente aos flashes e ao barulho que fizemos amarrando as correntes para rebocar o carro enguiçado. Realmente, na ansiedade da captação da imagem não havia percebido os amantes enluarados. Pensei em me consagrar como o az das penumbras serranas, obtendo uma das mais significativas fotos de uma noite de outono na serra gaúcha e nem percebi que havia me consagrado como fotógrafo lambe-lambe... E como registrei lambidas... Aprendi naquela noite - e o que aprendi mesmo, foi que o amor está acima dos preconceitos e das vis pretensões humanas de se pensar certas atitudes como impróprias ao convívio social. Isso aconteceu em Gramado, verdadeiramente uma cidade incrível!


ATÉ A PRÓXIMA

20 de maio de 2008

O CIRCO E O POETA




























Na última segunda-feira, dia 19 de maio deste ano, Alckimar Santos lançou na UFSC seu livro CIRCENSES, com ilustração de Rodrigo de Haro, pela Editora 7
Letras. O livro custa R$ 20,00.
Um coquetel foi oferecido a alunos, professores e a muitos convidados que prestigiaram o concorrido evento.























A poesia que Alckimar Santos nos apresenta em seu último livro CIRCENSES é uma poesia requintada, onde a palavra, tratada por ele com esmero, cuidado e perfeição, nos traz o devaneio da beleza, impondo-nos uma constante atenção ao texto. Poderíamos citar aqui inúmeros autores, para justificarmos uma análise, baseada nas mais recentes teorias da crítica literária, mas não é o caso, pois nesse BLOG, estamos sempre preocupados em orientar nossos leitores para uma boa leitura, para os bons textos. Nossas palavras, portanto, não são direcionadas exclusivamente ao público acadêmico e terão o propósito – pensamos assim - de divulgar os trabalhos construídos esteticamente, para um público sensível ao belo. A poesia de Alckmar Santos, em CIRCENSES, se apresenta como forma (ó) sem forma (ô), isto é, sem a redundância do tema como, aliás, já dissera Paulo Henriques Brito na apresentação da obra: “sem resvalar para o óbvio”. Bráulio Tavares, autor de ABC de Ariano Suassuna, diz que a poesia “exige do poeta uma consciência muito aguda do que escreve, e exige o mesmo do leitor que lê”. Concordando com isso, diremos que Alckimar Santos é aquele poeta que tem plena e total consciência da palavra que tece em seus versos, com o mistério da arte envolvendo sempre o leitor, que deverá ficar atento à escritura que tem em mãos, pois, assim, terá a oportunidade de ser também, pelo menos, co-responsável pelo êxtase, ao interpretar a escrituração do poeta.

ALCKIMAR é natural de Silveiras, SP. Cursou ciências exatas, com formação em engenharia eletrônica, fez mestrado em teoria literária na Unicamp e doutorado em Paris, com orientação de Julia Kristeva. Publicou: a) Poesias: Rios imprestáveis; Retrato e percurso; Meu tipo inesquecível; Dos desconcertos da vida, filosoficamente considerada (poema digital). b) Romance: São Lourenço. c) Ensaios: Leituras de nós; Ciberespaço e literatura.
Até a próxima.

11 de maio de 2008

ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA



Não fique sem saber o que está acontecendo com a Língua Portuguesa, quanto à sua ortografia. Saiba mais sobre o ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA, acessando o texto completo em PDF, em






MUDANÇAS

Trema:


Deixará de existir, a não ser em nomes próprios. Ex. Linguiça (sem trema).


Hífen 1:


Não será mais usado quando o segundo elemento começar com R ou S. Essas letras deverão ser duplicadas. Exemplos: antissemita e contrarregra.


Hífen 2:


Não será mais usado quando o primeiro elemento termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente. Exemplos: extraescolar e autoestrada.


Acento circunflexo 1:


Não será mais usado nas terceiras pessoas do plural dopresente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos crer, dar, ler e ver. Exemplos: creem, leem, deem.


Acento circunflexo 2:


Não será mais usado em palavras terminadas com hiato OO, como em enjoo e em voo.


Acento agudo:


Não será mais usado em palavra terminada em EIA e OIA. Exemplos: ideia, jiboia.
ATÉ A PRÓXIMA
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Quem sou eu

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Balneário Camboriú, Sul/Santa Catarina, Brazil
Sou professor adjunto aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Sou formado em Letras Clássicas pela UERJ. Pertenço à Academia Brasileira de Filologia (ABRAFIL), Cadeira Nº 28.