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25 de julho de 2006

VASCO E FLAMENGO, UM DERBY NO MARACA



Hoje é dia de mais um DERBY no Maracanã. DERBY é um termo inglês utilizado constantemente na linguagem do futebol, em Portugal. Por aqui já foi muito usado, principalmente em São Paulo. Trata-se de "any important sporting contest". Uma importante disputa esportiva. É mais um estrangeirismo de largo uso nas rádios, televisões e jornais. No Brasil, como dissemos, este termo inglês foi muito empregado até os anos 50. Atualmente é raro o seu uso. Um DERBY é um clássico. Em Portugal, um SPORTING X FC PORTO é um derby. Um FLA X FLU é um derby dos mais glamurosos! Mas o jogo de hoje no Maraca também é um derby de extraordinária tradição. É um VASCO e FLAMENGO. Como tradição rima com emoção, vamos preparar o coração. Vai ser de arrepiar. Será que o VASCO conseguirá vencer por uma diferença de mais de dois gols ? O FLAMENGO, praticamente já está com a mão na taça, pois os 2 a zero da última quarta-feira foram fatais. Mas futebol é rolado e o jogo é jogado, como dizia um negão de uma banca do jogo de bicho, que eu conheci na Lapa... Vai ser emocionante.

METÁFORAS & METÁFORAS

MURALHA



De MURO + sufixo aumentativo -ALHA-. Derivação sufixal. Significa muro ou parede de grande espessura e altura. Em futebol é usado metaforicamente com o sentido de BARREIRA.




MELANCIA



Termo da gíria do futebol que designa a bola usada neste esporte, pela idéia de seu formato. Somente pela idéia, pois a melancia geralmente é oval e a bola é redonda. Trata-se de uma Metáfora hiperbólica, isto é, uma metáfora e um exagero.
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24 de julho de 2006

O TIME TAMBÉM PODE SER UMA BAITA MALA !




MALA
Já estou farto de ver o Fluminense deixar escapar a vitória, quase sempre no finzinho do jogo. Recentemente, foi assim contra o Grêmio (4X4) e contra o São Caetano (2X2). Esse Flu está mesmo parecendo uma MALA, difícil de se carregar!!!

Na linguagem do futebol este termo está ligado aos usos populares, inclusive com o significado de aturar grande sacrifício ou alguém que só causa dissabores. “Carregar este mala” etc. Uma vez que o termo MALA passou a ter inúmeros significados metafóricos na linguagem popular, também por conotação (metonímia), relaciona-se àqueles que carregam grande importância em dinheiro dentro da mala. “O mala”. Com este último sentido é empregado para designar o cartola (já falamos sobre isso, lembra-se?) ou seu preposto que agraciará uma equipe com um bicho extra. “O homem da mala”. “Quem é o homem da mala?” São frases ouvidas em comentários esportivos em geral.

22 de julho de 2006

GOLEIROS E GOLEIROS...






Há goleiros leiteiros e goleiros frangueiros. Glória e padecimento do jogador. Mas o povão não perdoa. Dá nomes para tudo.
LEITEIRO & LEITERIA
Vejamos:

LEITEIRO - Designação dada ao goleiro com muita sorte.

LEITERIA - Termo para designar a sorte do goleiro. Estes dois termos, leiteiro e leiteiria, estão dicionarizados como formas populares (Cf. Aurélio, Op. Cit.). Talvez tenham surgido num tempo ou por recordação de uma época em que a profissão de leiteiro exigisse muita sorte no manuseio dos litros de vidro com que lidavam diariamente, quando da entrega de casa em casa, pelas ruas da cidade. Registre-se a opinião de Sílvio Elia, que vê em LEITEIRO a idéia de pessoa que se nutre de alimento fácil, como a criança que suga o leite materno ou o ingere de mamadeira, efeito de mamar. Confere BOATEIRO, onde há, também, certa idéia intensiva.

FRANGO
Termo da gíria do futebol que designa um gol aparentemente defensável, sofrido pelo goleiro. "Tomou um frango" ; "Levou um frango"; "Comeu um frango" ; "Deixou passar mais um frango"; "Foi frango" etc. Tal denominação parece que se prende à imagem de alguém que tenta agarrar com as mãos um galináceo esquivo, o que não é muito fácil, deixando a pessoa desconcertada, humilhada mesmo. O gol caracterizado como FRANGO é humilhante para o goleiro. Outras denominações ouvidas, dentro do mesmo campo semântico: PENOSA, GALINÁCEO e as onomatopéias PIU-PIU e COCORICÓ.
FRANGUEIRO é o goleiro que toma muito FRANGO. Logo, goleiro ruim, por extensão. Este termo FRANGO está construído na linha do humor como riso, isto é, como cômico, pois este termo materializa uma falha na individualidade, como forma crítica e contestatória de uma função: a do jogador especialista: o goleiro.

21 de julho de 2006

COISAS DO MAR E DO FUTEBOL


MERGULHO

Termo da natação, por expansão, utilizado no futebol. O jogador se precipita como se estivesse à borda de uma piscina ou de um penhasco sobre o mar. Muito ouvido nas transmissões de jogos de futebol. De uso metafórico.

NAUFRÁGIO

O naufrágio é uma catástrofe. Termos catastróficos são encontrados constantemente nos discursos narrativos de partidas relacionadas a inúmeros esportes e o futebol não é exceção. "O quinteto de Franca esmagou o adversário" ; "A defesa adversária desmoronou com o ataque vascaíno"; "Ruiu a defesa adversária..." ; "Desabou toda a barreira com o potente chute de Rivelino"; "Foi como se passasse um terremoto pela área adversária..." A linguagem figurada nos comentários e narrações de partidas de futebol e de qualquer esporte de massa imprime uma marca característica nos textos, relacionando os acontecimentos esportivos com desastres de toda a natureza. Naufragar está neste caso. Significa perder a partida.
Por outro lado, quando se une, num contexto, situações relacionadas ao campo semântico das partidas de futebol, mais o Clube de Regatas Vasco da Gama, uma caravela, o jogador Edmundo, e uma derrota só poderia surgir uma narrativa assim:
"Ontem contra um fraco rival, a caravela jurava que o rumo não seria outro com Edmundo no timão: a vitória. Ledo engano. (...) O ‘bacalhau’ fez o que pôde, mas o naufrágio foi inevitável" (Jornal dos Sports, 21/10/96, p.5).
De qualquer forma, o bacalhau não se deu bem com o Flamengo, na quarta-feira, na primeira partida para ver que conquista a Copa do Brasil. Parece que naufragou mesmo...

20 de julho de 2006

HOJE TEM CARTOLA NA ÁREA



CARTOLA

Termo da gíria do futebol, mas não ligado aos acontecimentos ocorridos dentro do campo de jogo. A história desse termo está ligada, principalmente, aos dirigentes dos clubes, ligas, federações, confederações etc, que, como autoridades supremas destas entidades se apresentavam, antigamente, impecavelmente vestidos com fraque e cartola. Formação metonímica, pois se trata do emprego da parte pelo todo, isto é, do chapéu, pelo usuário do chapéu. Também a história do futebol possui registros muito interessantes que descrevem, inclusive, a indumentária dos freqüentadores e dirigentes das agremiações esportivas do passado, que freqüentavam as reuniões de seus clubes usando casaca e cartola. Isso vocês encontram no livro de João Antero de Carvalho, Torcedores de ontem e de hoje, RJ, 1968, p.199 e seguintes. Esse termo CARTOLA é muito usado nos comentários esportivos, de um modo geral. Pode, ainda, ser usado de forma pejorativa e generalizado. No plural, este termo é usado, muitas vezes, pejorativamente.

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19 de julho de 2006

O POVÃO DIZ MESMO É BANDEIRINHA




BANDEIRINHA é o auxiliar de arbitragem nas partidas de futebol, que assinala as faltas, impedimentos, laterais, levantando uma pequena bandeira (vermelha ou amarela ou quadriculada em vermelho e amarelo). O diminutivo é afetivo. BANDEIRA e BANDEIRINHA são casos de metonímia (o instrumento de trabalho no lugar do auxiliar de arbgitragem).
O termo BANDEIRINHA, com valor denotativo, isto é, o que realmente significa, indica uma pequena bandeira (daí BANDEIRINHA) pregada em estacas nos ângulos retos da figura geométrica retangular, que delineia o campo, onde se pratica o jogo futebol. De lá é cobrado um tiro direto livre à meta adversária, que se chama escanteio, córner ou, ainda, tiro de canto. Atualmente, muitos locutores e comentaristas esportivos, principalmente os que trabalham nas emissoras de televisão, empregam a expressão auxiliar da arbitragem, uma forma sofisticada de falar. Mas o povão diz mesmo BANDEIRINHA.

14 de julho de 2006

ELE ESTÁ EM OBRAS MAS VAI FICAR MAIS LINDO AINDA




O ANEL DO MARACANÃ

Muitos radialistas, locutores e comentaristas esportivos costumam se referir, em seus comentários ou narações de partidas de futebol ao ANEL DO MARACANÃ. Que imagem é essa?
Vejamos:

O Estádio Mário Filho, o Maracanã, no Rio de Janeiro, é o maior do mundo. A visão aérea de sua construção mostra uma forma geométrica, identificada com um anel. Das cabinas de transmissão dos espetáculos esportivos por rádio ou televisão, tem-se, também, uma incrível visão distorcida da circunferência formada pela marquise das arquibancadas superiores, dando-nos a impressão de um gigantesco anel. Trata-se, portanto, de uma metáfora impressionista, que retrata essa visão extraordinária do Estádio do Maracanã.
(Na foto, o Estádio Mário Filho - o Maracanã - in Google)

UMA CURIOSIDADE DA LÍNGUA E DO FUTEBOL




A locução adverbial de modo À BANGU está relacionada à prática do futebol. São muito ouvidas as expressões: "Saída à Bangu". "Foi à Bangu" etc. Saiu da linguagem especial do futebol e é usada pelo povo. Significa sem organização; de modo desorganizado; sem regras; sem ordem. Talvez sua origem tenha sido um tipo de partida-treino, sem compromissos oficiais, disputadas pelos times das divisões inferiores do Bangu Atlético Clube. É importante assinalar que o Bangu Atlético Clube, então The Bangu, é um dos mais antigos clubes de futebol do Rio de Janeiro, tendo as suas origens na Companhia Progresso Industrial do Brasil, no bairro carioca de Bangu, onde, no início da liga, jogavam alguns negros, desde que fossem operários daquela fábrica têxtil. Durante algum tempo, os jogadores do Bangu Atlético Clube foram chamados, pela imprensa dos anos 40 e 50, de os mulatinhos rosados, talvez pelo significativo número de jogadores de origem negra e pela cor rosada de seu uniforme, em listras verticais. Esta locução adverbial de modo, à Bangu, tem ou pode ter conotação pejorativa, identificando-se com outra expressão, à galega. A locução adverbial à Bangu é uma criativa expressão idiomática da língua portuguesa, porque é utilizada pelo povo, fora do contexto esportivo, portanto, como gíria, que guarda o seu primitivo sentido de desorganização. Isso se deu pelo inegável prestígio do futebol. Não é interessante ? Vejam essas e muito mais curiosidades da Língua e da Bola no DICIONÁRIO FUTEBOLÊS-PORTUGUÊS. Uma linda edição da Francisco Alves e Editora do Jornal LANCE. Já nas principais livrarias. Preço: R$ 45,00. (Nas fotos: Fachada da Fábrica Bangu no início do séc. XX e o escudo do Bangu Atlético Clube)

13 de julho de 2006

O FLU VIROU EM CIMA DO JUVENTUDE






FLUMINENSE FUTEBOL CLUBE

Tradicional agremiação esportiva do Rio de Janeiro.
Em língua portuguesa, trata-se de um anglicismo de sintaxe, pois ocorreu um empréstimo sintático de construção, porque ocorre a antecipação de termo determinante (Fluminense). Construção encontrada em inúmeras outras designações de clubes, que têm no futebol a sua mais destacada prática esportiva. Outros exemplos: América Futebol Clube, São Paulo Futebol Clube, São José Esporte Clube, Cruzeiro Esporte Clube, Santos Futebol Clube entre muitos outros. Esta forma de denominação dos clubes mais antigos torna-se modelo para muitas novas agremiações, que vão surgindo. É importante anotar que são raros os casos de empréstimos sintáticos na língua portuguesa e os mais observáveis ocorrem na língua escrita. Os empréstimos fonológicos são raríssimos, como aconteceu em MÍDIA, mais isso comentaremos em outra ocasião.
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O BRASILEIRÃO VOLTOU - VAI HAVER JOGO NOS ALÇAPÕES





ALÇAPÃO é armadilha para pegar pássaros. Subst. masc. Do arcaico alça-pom, alça e põe, levanta e abaixa. É uma abertura que comunica um pavimento com outro inferior. Armadilha, em sentido figurado. Na gíria do futebol significa pequeno estádio, onde a torcida pressiona o juiz, a equipe adversária e toda a comitiva dos visitantes. Cremos que a metáfora foi criada a partir do sentido figurado que tem este termo, com o conceito de armadilha. Ouve-se nas transmissões radiofônicas: "Está fervendo o alçapão da Rua Bariri" (referência ao estádio do Olaria Atlético Clube, do Rio de Janeiro. Foto à direita).

11 de julho de 2006

ARTILHEIRO - GUERRA - FUTEBOL - COPA 2006



ARTILHEIRO é o jogador de futebol que mais gols marca em sua equipe e nos campeonatos. Termo que surgiu por comparação ao soldado detonador das peças de artilharia, como o canhão e o obus. O campo metafórico relacionado a GUERRA é muito comum na linguagem especial do futebol. Robert Galisson, em seu livro Recherches de lexicologie descriptive: La banalisation lexicale, Paris, Nathan Université, 1978, p. 316, após comentar os principais domínios que apresentam vocábulos usados pela crítica esportiva, especializada em futebol, na França, mostra um quadro-síntese desses diferentes domínios com os vocábulos correntes empregados em cada situação.

Domínios:
a) Vocabulário de Julgamento de valores: 397 ;
b) Vocabulário de Guerra: 91;
c) Vocabulário de Negócios: 36 ;
d) Vocabulário de Espetáculo: 36 ;
e) Vocabulário de Espaço, Localização e Dimensão: 32 ;
f) Vocabulário de Cronologia: 28 ;
g) Vocabulário do Corpo humano: 20 ;
h) Vocabulário da Sorte: 8.
Excluindo-se o vocabulário de Julgamento de valores, com 397 termos, o vocabulário que maior número de formas específicas apresenta é o relacionado a guerra: 91 termos.
Foram 664 nomes relativos a 8 tipos específicos de domínios, num total de 1.015 vocábulos correntes.

Na cultura futebolística, os adversários são considerados INIMIGOS. Uma partida entre dois times líderes de um campeonato é uma BATALHA etc. Até nas arquibancadas ocorrem lutas corporais entre as torcidas e a estes acontecimentos os locutores e comentaristas esportivos fazem referência, utilizando-se de termos como GUERRA, LUTA, BATALHA etc. ARTILHEIRO tem como sinônimo GOLEADOR. É termo consagrado no futebol e não passou para outros esportes, como o basquete, por exemplo, que usa o termo correspondente CESTINHA, para designar o jogador ou jogadora que marca o maior número de pontos, arremessando a bola à cesta. Trata-se de um neologismo conceitual.

O artilheiro da Copa da Alemanha foi o polonês naturalizado alemão Miroslav Klose, com cinco gols, seguido por Ronaldo (Brasil), Crespo e Maxi Rodriguez (Argentina), Fernando Torres e Villa (Espanha), Henry e Zidane (França) e Podolski (Alemanha) com três gols. Ronaldo Fenômeno fez três gols nesta Copa do Mundo e agora é o recordista de gols em Copas (15 no total).

10 de julho de 2006

DICIONÁRIO SOBRE TERMOS DO FUTEBOL

Já está nas livrarias de todo o Brasil o novo livro de Luiz Cesar Saraiva Feijó, DICIONÁRIO FUTEBOLÊS-PORTUGUÊS, lançado pela Editora Francisco Alves e Editora do Jornal Lance.
É obra que fala de futebol e linguagem. Obra com precioso acabamento, em 4 cores, com 284 páginas. Preço: R$ 45,00. Vale a pena conferir. Pedidos também pelos endereços eletrônicos: lcfeijo@uol.com.br lcfeijo@professorfeijo.com luizcesarfeijo@terra.com.br

A ITÁLIA É TETRA

A Itália agora é tetra. Demonstrou raça e vontade, o que nos faltou o tempo todo, nas medíocres apresentações de nossa Seleção, em campos germânicos. Parabéns à azurra que não amarelou. Merecido o título. Agora vem o Roberto Carlos, no Fantástico, e diz que não tinha nada o que fazer na ocasião em que Thiery Henry nos despachou para casa. Ora bola, seu Roberto Carlos! Eu é que não tinha nada que fazer lá na área. Nem eu nem os cento e oitenta milhões de brasileiros que ficamos amargando uma derrota besta! Esse jogador pensa que somos otários? Para dizer essa bobagem não precisava aceitar dar nenhuma entrevista. Mandava um bilhete pra produção do programa e estava tudo resolvido... Mas como o brasileiro não tem memória, é possível que daqui a alguns meses estejamos torcendo pelo Real Madri, num jogo qualquer, em que o “lateral-estátua” esteja em campo, nos gramados espanhóis. Pior mesmo do que essa desculpa esfarrapada do “jogador-cantor” foi a maluca fala do Cafu, colocando-se à disposição da futura Comissão Técnica da CBF, para a Copa de 2010, na África do Sul.
Daqui a quatro anos, haverá, sim, milhares e milhares de gnus nas savanas de África, e não nos gramados dos estádios de lá. Minha gente, não vamos confundir Cafu com Gnu.

9 de julho de 2006

QUE FEIO, ZIDANE !


A Itália mereceu o título porque aprendeu a bater pênalti. Mas a França jogou bem e dominou os quatro tempos da partida. É claro que incluo a prorrogação. Mas Zidane, com aquela cabeçada de vaca louca, atingindo um compridão, zagueiro italiano, muito inteligente, amargou funesta despedida profissional. Não foi nem apanhar a medalha de prata... Mas por que dizemos que o zagueiro italiano foi inteligente. Pela imagem recuperada, vimos Zidane acompanhar Materazzi, discutindo ou falando muitas coisas e ouvindo outras tantas. Aí, o francês ultrapassa o italiano e, de frente para ele, abaixa a careca e taca uma cabeçada no peito do cara, de tirar o fôlego. O que teria acontecido? Xingar a mãe foi pouco. Houve coisa muito séria dita pelo italiano a Zidane, naqueles segundos fatídicos. Mas nada justifica uma agressão. Todo o estádio viu. O bandeirinha dedurou o semicarrasco do Brasil (lembram-se do passe para o gol de Thierry Henry?) e aquele que deveria ser considerado o melhor jogador da Copa foi para o vestiário definitivamente e, talvez, será o prato predileto de muitos comentaristas esportivos, por muito tempo. O francês não é lá de muita briga, não. Mas não foi sua primeira expulsão em Copas. Até então era o maestro da França, que parecia afinada para cantar a Marselhesa, no final da prorrogação. Estava melhor e poderia ganhar no tempo regulamentar e até nos pênaltis. Mas a França não se entregou e partiu pra cima da Itália, mesmo com dez jogadores. Contudo, a expulsão de Zidane mexeu com os jogadores franceses. Se o Brasil perdeu com um fiasco, a França se despediu também com um outro, muito significativo. O fiascão do seu melhor jogador e, talvez, o grande nome de toda a Copa. Uma pena!

7 de julho de 2006

A LINGUAGEM DA BOLA

Vamos apresentar diariamente termos e expressões ligados ao futebol, comentados, explicados e motivados.

Mais uma atração de nosso SITE aos amigos da Linguagem da Bola.
Hoje vamos falar sobre o
ALAMBRADO


Do espanhol ALAMBRAR. Cerca de arame. É usado como substantivo para designar a cerca que separa o campo de futebol dos espectadores. Está ligado intimamente à estrutura arquitetônica da maioria dos estádios de futebol, pela sua monumentalidade, chamando a atenção de todos, pois, embora exista alambrado nos estádios onde são disputadas partidas de vôlei e de basquetebol, o termo ALAMBRADO não é empregado nas narrações destas partidas, pelos locutores de rádio ou de TV. Nem por expansão, que, muitas vezes, ocorre, quando um termo usado para uma determinada situação, passa para outra semelhante ou afim.

A LINGUAGEM DA BOLA

Vamos apresentar diariamente
termos e expressões ligados ao jogo da bola
- o futebol -
comentados, explicados e motivados.
Mais uma atração de nosso SITE aos amigos da Linguagem da Bola.

6 de julho de 2006

VELHO E VIOLENTO ESPORTE BRETÃO







Expressão que serve para designar o futebol. Hoje é pouco usada e se mantém viva somente em casos especiais, para resgatar ditos e filigranas de uma linguagem lítero-jornalístico-radiofônica de um passado não muito remoto, mas que a atual geração de aficionados pelo futebol não conhece. Os locutores já falecidos, Oduvaldo Cozzi, Waldir Amaral e Jorge Curi usavam constantemente essa expressão em seus comentários preliminares, quando iniciavam suas narrações de espetáculos futebolísticos. Esporte bretão relaciona-se ao esporte da Bretanha, antiga província romana que abrangia a Inglaterra, berço do futebol. Trata-se de uma citação que denota erudição, dignificando, assim, o mais popular esporte brasileiro. Trata-se de uma perífrase. A expressão VELHO E VIOLENTO ESPORTE BRETÃO possui um encantamento fonético pela aliteração do fonema /v/, em Velho e Violento, no primeiro sintagma e uma diminuição por variação cognata dos fonemas P_ R / BR, em esPoRte BRetão, no segundo sintagma.

O FUTEBOL NÃO MORREU, MINHA GENTE!


O Brasil não conseguiu o hexacampeonato, mas o futebol brasileiro continua vivo e vibrante. O BRASILEIRÃO, o campeonato nacional da Série A vai continuar. A Série B, também estará reiniciando suas atividades. Vai começar tudo de novo. Rádios e TVs vão transmitir e comentar os principais jogos da rodada, no meio e no final de semana. Os jornais e revistas continuarão a discutir os lances mais polêmicos com uma linguagem toda especial, apreciada por muita gente, amante do "velho e violento esporte bretão". O futebol invadirá, novamente, todos os canais receptores de emoções esportivas. Portanto, para quem gosta desse esporte e está "ligado nos fenômenos da linguagem da bola" não pode perder a oportunidade de adquirir o DICIONÁRIO FUTEBOLÊS-PORTUGUÊS, recentemente lançado pela Editora Francisco Alves e Lance. Já está à venda em todas as grandes livrarias do país.

4 de julho de 2006

UMA GÍRIA MUITO USADA


ZEBRA
Termo da gíria do jogo do bicho, onde não consta este animal. Porque não existe ZEBRA no jogo do bicho, é impossível ocorrer este resultado. Por extensão, resultado inesperado. DAR ZEBRA foi uma expressão criada pelo treinador de futebol Gentil Cardoso, já falecido. Invadiu o linguajar dos esportes de massa, principalmente depois do advento da loteria esportiva. É usado, também, fora da gíria esportiva. A expressão VAI DAR ZEBRA, isto é, vai ocorrer um resultado não previsto, caracteriza uma expressão idiomática neológica, atingindo a língua geral, servindo, ainda, a inúmeras outras situações de gíria.

TERMOS DO FUTEBOL





É um tipo especialíssimo de jogada, digna de craque. O jogador pula no ar e, de costas para a bola, gira seus pés, atingindo a bola, como se estivesse pedalando em uma bicicleta. Leônidas da Silva, excepcional jogador de futebol do passado, foi o primeiro a realizar esta acrobacia. O termo BICICLETA contém expressiva plasticidade fônica, pois como vocábulo polissílabo propicia, sobremaneira, o surgimento desta metáfora plástica visual. Neste termo, hoje, poucos percebem o hibridismo: BIS (latim = duas vezes) + KYKLOS (grego = círculo - roda). BICICLETA, do fr. BICYCLETTE. No futebol francês também ocorre esse termo BICYCLETTE. “Faire une bicyclette” (Cf. GALISSON, Robert, Recherches de lexicologie descriptive: La banalisation lexicale, Paris, Nathan, 1978, p.268). NC.
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Quem sou eu

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Balneário Camboriú, Sul/Santa Catarina, Brazil
Sou professor adjunto aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Sou formado em Letras Clássicas pela UERJ. Pertenço à Academia Brasileira de Filologia (ABRAFIL), Cadeira Nº 28.